quinta-feira, 21 de abril de 2011

Arte na pele!

RIO - O DJ Fox Goulart tem os famosos relógios derretidos de Salvador Dalí tatuados no braço esquerdo, mesmo local do corpo onde o produtor de arte Gabriel Cabral lançou uma gravura de Joan Miró. Já Talitha Dester está mandando um Escher enorme nas costas. Levar para a própria pele obras de artistas renomados virou uma tendência no mundo das tattoos. É coisa de uma turma que foge dos clichês, e não quer saber de tribais, borboletas e afins.

- Os jovens estão curtindo essa onda e transformando quadros clássicos em algo moderno - comenta o tatuador Vitor Mourão, contando, ainda, que o gravurista holandês M.C. Escher é um dos hits.

Depois de bater muito na tecla do mashup de arte com tatuagem, Vitor criou o Expo Life for Tattoo, evento que chega à terceira edição e rola sexta, sábado e domingo, no Clube Monte Líbano, na Lagoa. Haverá workshops voltados para pintura, exposição de telas e desenhos, além de profissionais à disposição de quem quiser ser tatuado na hora.
- O próprio trabalho do tatuador tem se aproximado, cada vez mais, ao do artista plástico. Hoje, as pessoas confiam nas nossas sugestões e nos procuram como criadores mesmo. Isso também fez com que a exigência aumentasse, então muitos profissionais têm recorrido a aulas de pintura para se aperfeiçoar - explica Vitor.

FOX GOULART E SALVADOR DALÍ - Produtor de festas e DJ, Fox Goulart, de 24 anos, puxou de Salvador Dalí as referências para os seis relógios derretidos que tem tatuados no braço. "Gosto dessa estética fantasiosa, que remete ao subconsciente. A questão da relatividade do tempo sempre me intrigou, e Dalí retrata isso perfeitamente", comenta Fox, que ainda pretende usar os artistas M. C. Escher e Gustav Klimt como inspirações para tatuagens futuras.



AZUL E ALFONS MUCHA - A tatuadora Azul largou a carreira de artista plástica (depois de fazer diversos cursos de Belas Artes e até exposições) para imprimir a técnica que aprendeu nas aulas de desenho e pintura na pele dos clientes. Na sua própria, pediu a um amigo para tatuar duas gravuras do tcheco Alfons Mucha. "No meu corpo, só quero esse estilo de tatuagem, mais artística. É o que diferencia daqueles desenhos típicos de bandido, prostituta ou viciado", dispara.

GABRIEL CABRAL E JOAN MIRÓ - Não foi pensando em conceitos ou simbolismos que o produtor de arte Gabriel Cabral elegeu o catalão Joan Miró para seu braço esquerdo: "Foi mais pelo lado estético do que por um significado. Sempre curti o trabalho do Miró e achei que uma obra dele poderia ficar bacana na pele, porque tem bastante cor e um traço preto forte".


ALITHA DESTER E M.C. ESCHER - Assim que completou 18 anos, Talitha Dester correu para fazer uma mandala de Escher nas costas (a tatuagem ainda não está terminada). "Queria prestar uma homenagem a ele, que é meu artista favorito desde que tenho 15 anos", conta a estudante, hoje, com 19, cursando museologia na UniRio. Ela ainda conta que cresceu frequentando o CCBB, o MAM, no Rio, além do MASP, em São Paulo.


PABLO SINONETTI E M.C. ESCHER - Também fã do holandês M.C. Escher, o professor de educação física Pablo Sinonetti tem cinco desenhos do artista no corpo: nas pernas, braço e costas. "Tenho paixão por desenho e geometria. Acho que foi isso que me aproximou de sua obra. Ele tinha de ser referência para as tattoos. O bacana é que muitos amigos meus passaram a conhecer o Escher por que o carrego em mim aonde quer que eu vá", destaca.


Fonte: MegaZine

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