quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sara Gómez Armas.

Genebra, 9 ago (EFE).- A famosa escultura "Maman", a gigantesca aranha de bronze produzida pela artista franco-americana Louise Bourgeois (1911-2010) e considerada sua obra-prima, começou a ser exibida na semana passada ao ar livre em uma praça central de Genebra, para deleite de quem passa pelo local.

Por ocasião do centenário de nascimento de Louise Bourgeois - 25 de dezembro -, a Fundação Beyeler, com sede na Basiléia (Suíça), levou a obra mais famosa da artista pela primeira vez ao país, onde já passou por Berna e Zurique antes de aterrissar em Genebra.

"É uma maneira fantástica de tirar a arte dos museus e fazê-la mais acessível a toda a população", manifestou o prefeito de Genebra, Pierre Maudet, durante a instalação de "Maman" (1999) na Praça Nova de Genebra, onde ficará até o próximo dia 28.

A monumental aranha é uma das peças-chave para compreender a obra de Louise, que nunca escondeu sua fascinação por este animal que a fazia lembrar sua mãe, que trabalhava como restauradora de tapeçarias em Paris.

"Minha melhor amiga era minha mãe. Ela era reflexiva, inteligente, paciente, apaixonada, razoável, delicada, refinada, indispensável, ordenada e útil, como uma aranha", disse a artista sobre sua obra-prima.

Para ressaltar o aspecto maternal de "Maman", a artista desenhou a aranha levando dez ovos em mármore contidos em um receptáculo de fio de ferro.

Além disso, Louise via este animal como um símbolo supremo da infinidade da vida, que se renova constantemente, como uma teia de aranha que é tecida pouco a pouco.

Nascida em Paris em 1911, desde muito pequena Louise ajudou seus pais na loja de restauração de tapeçarias que administravam e iniciou seus estudos artísticos na capital francesa com artistas do vulto do pintor Fernand Léger, antes de emigrar para Nova York em 1938 e se casar com o historiador de arte americano Robert Goldwater.

Desde Nove York, pertenceu à vanguarda das artes visuais durante sete décadas, configurando uma particular visão criativa que influenciou jovens artistas americanos e na qual se apreciam toques de surrealismo, expressionismo, pós-minimalismo e arte abstrata.

Suas relações pessoais com artistas da magnitude de Francis Bacon e Alberto Giacometti, além de Léger, deixaram definitivamente sua marca na conhecida - às vezes onírica - obra de Louise.

Os traumas provocados pela prematura perda de sua mãe e a "traição" de seu pai por manter uma relação sentimental com sua professora de inglês também marcaram significativamente sua obra.

Se dedicou "Maman" a sua mãe, a raiva direcionada a seu pai foi canalizada através da obra "A destruição do pai" (1974), que representa uma cena de canibalismo.

Devido às emoções provocadas por estas experiências, abundam em sua obra as figuras humanas deformadas, presentes fundamentalmente em esculturas nas quais explorava as possibilidades de materiais maleáveis como o látex, a resina e o gesso.

As esculturas da artista, realizadas também em aço, bronze, vidro, madeira e pedra, eram em algumas ocasiões de conteúdo sexual explícito -como a provocante "Fillette" (1968), com forma fálica -, e também criou vários murais feitos com objetos recolhidos na rua.

Após a "viagem" de "Maman" por diferentes cidades da Suíça, a Fundação Beyeler oferecerá entre 3 de setembro e 8 de janeiro uma retrospectiva com as peças mais importantes da artista em sua sede na Basileia, entre as quais certamente estará a imponente aranha. EFE - sga/pa


Nota: esta semana vou a Europa e já agendei uma visita à escultura!!!

Brincadeirinha. Este blog é sobre Artes mas tem também muito humor.
Até amanhã e eu prometo trazer uma barra de chocolate suíço para vocês ... se um dia for realmente a Europa!

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