quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Van Gogh: O Quarto em Arles e A Casa Amarela

Li este texto sobre  um quadro do Van Gogh num blog chamado Alma Carioca. Escrito por LuDiasBH, achei interessante colocar aqui também para os apaixonados por Artes e principalmente pelo grande pintor holandês Van Gogh.

Uma luz amarela de enxofre pálido, limão dourado pálido. Que belo é o amarelo! (Van Gogh)

“A minha casa aqui é pintada por fora de amarelo manteiga e tem persianas em verde forte; fica rodeada de sol, numa praça , onde também há um parque verde com plátanos, aloendros , acácias. Por dentro é pintada de branco e o chão é de azulejos vermelhos. E por cima, o céu de azul luminoso. Lá dentro posso, com efeito, viver e respirar e pensar e pintar”. (Van Gogh)

O Quarto em Arles (1888) é uma das pinturas mais conhecidas de Vincent van Gogh. A primeira versão foi feita apenas duas semanas depois de o artista terminar a obra A Casa Amarela, que retrata o local onde ele morou em Arles, e onde pensava instalar a sua tão sonhada comunidade dos artistas. O quarto fazia parte da “casa amarela”, nome com o qual ele a nomeou, tamanha era a sua paixão pela cor amarela.

O pintor holandês fez três versões da pintura referente a seu próprio quarto e, segundo ele, a obra tinha o objetivo de trazer uma sensação de repouso e descanso, conforme escreveu a seu querido irmão Theo:

Desta vez é simplesmente um dormitório; só que a cor deve predominar aqui, transmitindo, com a sua simplificação, um estilo maior às coisas, para sugerir o repouso ou o sono. Em resumo, a presença do quadro deve acalmar a cabeça, ou melhor, a imaginação. As paredes são de um violeta pálido. O chão é de quadros vermelhos. A madeira da cama e das cadeiras é de um amarelo de manteiga fresca; o lençol e os travesseiros, limão verde muito claro. A colcha é vermelha escarlate. O lavatório, alaranjado; a cuba, azul. As portas são lilases. E isso é tudo – nada mais neste quarto com as persianas fechadas. O quadrado dos móveis deve insistir na expressão de repouso inquebrantável. Os retratos na parede, um espelho, uma garrafa e algumas roupas. A moldura – como não há branco no quadro – será branca.

Sobre a mesa da pintura encontram-se: uma bacia com um jarro em seu interior, uma garrafa, um copo, um prato com sabão e um par de frascos e de escovas. O chão está pintado em variações da cor vermelha e verde, e as pinceladas parecem simular faixas de madeira. O quadro que se encontra à cabeceira da cama é a reprodução da paisagem de Árvore Balançando ao Vento. Na outra parede existe um autorretrato do artista.

O dormitório de Van Gogh é de uma simplicidade extrema, possuindo apenas as coisas que lhe são necessárias. Contudo, não passa a sensação de tranquilidade tão desejada por ele. Ao contrário, destaca a solidão e a pobreza material em que vivia o pintor. O enquadramento e a disposição dos móveis e objetos no quarto deixam claro que ele não se encontrava muito lúcido na ocasião. Também é incomum encontrar duas cadeiras no quarto, o que evidencia o seu desejo por companhia.

Quando Van Gogh pintou Quarto em Arles, ele se via impossibilitado de trabalhar ao ar livre, porque era a época do vento mistral (Vento violento, frio e seco, que sopra no N. da região sueste da França.), que trazia muitas lufadas de ar frio. Além disso, encontrava-se com a vista muito fraca.

Recentemente, essa obra foi restaurada, pois, segundo informações do Van Gogh Museum`s, as cores da pintura se esmaeceram com o tempo. O mais interessante é que a sua restauração pode ser acompanhada através de um blog hospedado no site do museu em Amsterdam.

Van Gogh morou em Arles durante 15 meses, sendo esse um dos seus períodos mais ricos em produtividade, assim como um dos mais lamentáveis, pois foi quando cortou a sua própria orelha.

Em Arles, nos dias de hoje, é possível ter uma ideia de como era o seu quarto, ao visitar o Le Chambre de Vincent, onde existe uma réplica em tamanho real e bem fiel à época.

A Casa Amarela (1888), uma das pinturas noturnas de Van Gogh, retrata a casa em que ele morou em Arles. Embora as outras casas estejam, também, pintadas com a cor amarela, a casa em questão é a de porta e janelas verdes. A cor amarela da fachada foi de escolha do próprio artista.

Fontes de pesquisa:

Mestres da Pintura/ Editora Abril
Grandes Mestres da Pintura/ Coleção Folha
Van Gogh/ Editora Taschen
Wikipédia

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